sábado, 16 de junho de 2007

O Pesadelo Continua


O Pesadelo Continua
(Madrugada 03:56hs)

São 3 horas e 56 minutos da madrugada
de sábado para domingo - 11 de setembro
Mais uma vez estou escrevendo sobre você
assim como mil outras vezes

E eu me pergunto: Quem terá visto a minha dor chorando?
Saio e minha alma sai comigo agoniada, sangrando.
Ando como se entre imagens terríveis
E entre essas imagens me vejo em sua companhia
Aflito e solitário

Sou consumido pelo quadro das minhas aflições
Que nenhum pintor ousou pintar
Pois para pintar tal quadro seria preciso a tinta
feita com todos os elementos de meus tormentos

Tormentos que me batem como pedras ( Não as do Gênesis)
Mágoas que hoje estão tão intensas
Que eu penso que a alegria é uma doença
E a tristeza é minha única saúde.

Tenho vontade de rasgar minhas roupas, minha pele
O pesadelo continua
Quero viver na luz dos astros imortais
Abraçado com todas as estrelas feito Augusto dos Anjos
Fernando Pessoa e Raul Seixas

Questiono sobre as histórias de amor que não vivi
E me é totalmente inútil concluir que eu possa
ser parte de uma delas
Sinto-me incapaz de amar mulher alguma
Assim como creio que não há mulher capaz de me amar

O amor é como uma droga
Que ao mesmo tempo que te faz sentir-se bem
Te faz mal e te destrói
Te arruína, te envenena
Sinto que meu coração é um hospital
onde todos os doentes morreram

A melancolia estendeu-me sua asa
para que EU me recline sobre ela
Acompanhado da minha dolorosa solidão
e da insônia feroz que há tempos tornou-se
minha fiel companheira

Tenho febre e escrevo
escrevo rangendo os dentes
Já não me importa as horas, o dia de amanhã
Vivo minha dor, vivo numa estrada vazia
Eu e minha solidão caminhamos sós para o nada.
Adeus.

Sylvio Passos

Um comentário:

bianca blues disse...

Sylvio, adoro passar aqui de madrugada e olhar essas páginas pretas!

Lindo e triste poema...